terça-feira, 20 de outubro de 2009

Notícias - Tire suas dúvidas sobre os leitores digitais


[ Amazon anuncia lançamento do Kindle no Brasil por cerca de R$ 1 mil. G1 lista o que você precisa saber antes de comprar esse tipo de eletrônico.]



Nesta semana, a loja virtual norte-americana Amazon anunciou o lançamento do leitor digital Kindle para diversos países – entre eles, o Brasil. A oferta do produto, que pode ser reservado on-line para sua estreia internacional em 19 de outubro, marca o lançamento oficial no país de uma categoria de eletrônicos que já se tornou popular nos Estados Unidos. Segundo a Forrester Research, 3 milhões desses produtos devem ser vendidos no mercado norte-americano em 2009.



>>>O que é um leitor digital?
É um aparelho eletrônico que armazena arquivos -- principalmente livros -- e está voltado à leitura. Esses livros digitalizados, que podem ser baixados da internet via computador ou diretamente para o leitor (e-reader), ganham o nome de e-books. Em uma equivalência dentro do universo tecnológico, os leitores eletrônicos podem ser comparados aos tocadores digitais: a diferença está no tipo de conteúdo armazenado e disponibilizado aos seus usuários (livros no caso dos leitores e música quando se fala em toca-MP3).

>>>Para quem é esse produto?
Para pessoas que têm muito interesse em leitura e gostam da possibilidade de guardar todo esse conteúdo no bolso – ou na bolsa. Os leitores digitais permitem que o usuário carregue dentro de um equipamento com apenas 1 centímetro de espessura (no caso do Kindle) até 1,5 mil livros. Ele pode não ser extremamente interessante, por exemplo, para alguém que só lê em casa ou no ônibus, enquanto vai e volta do trabalho (não é o fim do mundo carregar um único livro na bolsa). O cenário muda, no entanto, no caso de um estudante que tenha uma mochila carregada de livros e utilize diversos transportes públicos para se locomover entre sua casa, estágio e faculdade. Nesse último caso, seria mais prático acomodar todos os livros em um único equipamento com menos de 300 gramas.



O leitor digital também pode se encaixar bem na vida de viajantes solitários. Em vez de aumentar o peso da bagagem com livros, eles podem “empilhar” no espaço menor que o de uma única revista diversos mapas e roteiros de viagem, além de romances para ler durante a viagem.

>>>O leitor digital já está disponível no Brasil?
No Brasil, ainda é difícil encontrar os leitores digitais – eles são oferecidos extra-oficialmente, por exemplo, em sites de comércio eletrônico. A partir de 19 de outubro, no entanto,
os brasileiros poderão comprar oficialmente o Kindle da loja on-line Amazon.
Além desse modelo bastante popular (o Kindle tem 60% das vendas nos EUA, contra 35% dos aparelhos da Sony, segundo a Forrester Research), é provável que em breve outros concorrentes desembarquem por aqui. Procurada pelo G1, a Sony informou via assessoria de imprensa que não divulga informações sobre um possível lançamento local de seus readers. Em junho de 2010, a empresa pernambucana Mix Tecnologia planeja lançar oficialmente o Mix Leitor D, um produto brasileiro que vai concorrer com o Kindle e outras alternativas disponíveis no mercado. Segundo a fabricante da novidade, seu diferencial é uma ferramenta chamada Interquiz. Ela pode ser acionada com um botão e, no estilo quiz, faz perguntas aos usuários sobre o conteúdo disponibilizado na tela. “Queremos transformar nosso produto em uma ferramenta de aprendizado”, disse ao G1 Diego Mello, gerente do projeto.



Leitor digital brasileiro Mix Leitor D está previsto para chegar ao mercado em junho de 2010. (Foto: Divulgação )

>>>Quanto custa um leitor digital no Brasil?
Foto: AP
Jeff Bezos anunciou que Kindle será vendido para diversos países. (Foto: AP)
O Kindle vendido nos Estados Unidos a US$ 279 (cerca de R$ 490) sairá por US$ 585,32 (o equivalente a R$ 1.028,75) para os brasileiros, por conta das taxas de importação e entrega. A venda do produto começa oficialmente em 19 de outubro e só é feita pelo
site da Amazon. A previsão de preços do brasileiro Mix Leitor D é de R$ 650 e R$ 1,1 mil, dependendo do modelo. O primeiro, com capacidade de 1 GB, será suficiente para 500 livros, enquanto o segundo, com 4 GB, armazenará até 1,5 mil livros. Questionado se os preços não estão altos para o mercado brasileiro, Diego Mello, da Mix Tecnologia, respondeu: “talvez estejam caros quando pensamos que é possível encontrar um notebook por R$ 1,4 mil. Mas esses portáteis são menos apropriados para a leitura, pois cansam a vista. Além disso, se pensarmos no preço de um livro, o eletrônico pode não ser tão caro. Um livro custa em média R$ 50 no Brasil, mas um título técnico, de medicina, pode chegar a R$ 800”, compara.

>>>Que tipo de conteúdo posso ler nesses eletrônicos?
Livros, revistas, jornais, blogs, sites e arquivos em PDF, TXT e Word, entre outros.

Nem todos os leitores, no entanto, permitem acesso a todos os tipos de conteúdo. Os usuários do Kindle, por exemplo, só podem comprar arquivos vendido na Amazon: são 350 mil livros, além de jornais, revistas e blogs. A aquisição pode ser feita diretamente via Kindle, que tem um chip 3G com acesso restrito a essa única loja on-line – mesmo no Brasil, não será preciso pagar pelo acesso.

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Já os leitores da Sony, que contam com milhares de títulos na
eBook Store podem também baixar gratuitamente o acervo de 1 milhão de títulos que pertencem ao domínio público e foram digitalizados pelo Google – para isso, os usuários devem fazer o download em seus computadores e, depois, transferir o conteúdo para os leitores. No caso da Amazon e da Sony, a maioria das obras disponíveis é da língua inglesa.

Vídeo ao lado tira dúvidas sobre o equipamento; assista
Para o lançamento do Mix Leitor D, a Mix Tecnologia pretende fechar acordos com editoras, livrarias, jornais, revistas e também autores independentes. O objetivo é fornecer a maior quantidade de conteúdo para o público brasileiro, que poderá fazer a aquisição diretamente nos sites visitados. Isso porque a alternativa brasileira não restringirá o acesso a uma única loja virtual, como faz o Kindle: o usuário poderá se conectar às páginas que quiser.

>>>Quanto custa o conteúdo compatível com os livros digitais?
O conteúdo pode ser gratuito, como no caso do arquivo digitalizado pelo Google e oferecido aos usuários dos leitores da Sony. Os preços das obras variam bastante: entre os cinco mais vendidos na eBook Store na noite de quinta-feira (8), os valores iam de $ 0,49 a US$ 15,40. Apesar de os e-books terem a proposta de oferecer preços mais baixos que os livros tradicionais,
é possível encontrar na loja da Sony títulos que chegam a US$ 350. Na Amazon, os lançamentos vão custar US$ 12 para os brasileiros (“a não ser que esteja marcado outro preço”, diz a loja virtual). Ainda segundo o site, é possível encontrar mais de 100 mil títulos por menos de US$ 6. A assinatura mensal de “O Globo”, primeiro jornal brasileiro a ser disponibilizado na Amazon é de US$ 16.

>>>Como transfiro conteúdo da internet para os leitores?
Há basicamente duas formas de transferir conteúdo: via cabos ou sem fio. Na primeira, utilizada nos leitores da Sony, o usuário deve fazer o download do arquivo para seu computador e, depois, transferir via cabo USB para o leitor digital.

À esquerda, leitor da Sony com tela sensível ao toque de 6 polegadas, vendido nos EUA a US$ 300. Modelo tem canela stylus, para que o usuário faça anotações sobre o ‘papel digital’ enquanto lê. Espessura é de 1 centímetro. À direita, leitor da mesma fabricante, com tela de 5 polegadas, que custa US$ 200 nos EUA. Os dois modelos têm capacidade de armazenamento 512 MB. (Foto: Divulgação )
A outra alternativa, sem fio, dispensa o uso de computador: ela está disponível no Kindle e deve ser oferecida também no produto brasileiro da Mix Tecnologia. O Kindle tem um chip como o de telefones celulares que se conecta à Amazon, onde o usuário faz suas compras – nos EUA, esse serviço é fornecido pela Sprint Nextel. Já o modelo vendido para outros países, com o chamado “wireless internacional”, usa tecnologia 3G e faz conexão com a Amazon pela rede da AT&T. Essa conexão é gratuita e restrita à loja on-line.

>>>Posso colocar qualquer livro ou arquivo de texto no leitor digital?
Não. Cada leitor só aceita determinados tipos de arquivos – assim como acontece com os tocadores digitais iPod, da Apple, e Zune, da Microsoft.

>>>Se eu comprar um leitor digital no exterior, posso usá-lo no Brasil?
Sim. Mas o sistema de download sem fio, que dispensa o uso de computador, pode não funcionar – nesses casos, será necessário baixar os arquivos para a máquina (onde os arquivos podem ficar inacessíveis para leitura) e, depois, transferi-los para o leitor. O Kindle vendido no Brasil terá tecnologia 3G e, por isso, permitirá a realização desse download – a Amazon promete baixar um livro em até 60 segundos.

>>>Quais as desvantagens desse eletrônico?
O preço ainda pode ser uma desvantagem e a quantidade de arquivos disponibilizados em português. Essas duas questões, no entanto, tendem a apresentar melhoras com o tempo.

>>>Vale a pena ter um?
Depende do interesse que o usuário tem em leitura. Gustavo Lanzetta, de 19 anos, é fã de tecnologia e comprou um Kindle de US$ 360 quando visitou os Estados Unidos, em Junho. Para ele, a resposta para a pergunta acima é “sim”. “A principal vantagem é a praticidade de carregar múltiplas publicações, como jornais e livros, no espaço de um livro fininho e leve. Tem também a economia de comprar livros, que são baixados na mesma hora, por um preço mais baixo do que pagaria nas lojas tradicionais”, diz.


Gustavo Lanzetta só vê vantagens e levar muitos livros no leitor digital Kindle. (Foto: Juliana Carpanez/G1)
Seu equipamento não tem a tecnologia 3G, que permite baixar livros diretamente no leitor digital. Por isso, ele deve fazer o download no computador e, então, transferir os arquivos para o eletrônico. Apesar de o Kindle permitir armazenamento de “apenas” 1,5 mil livros, Lanzetta sabe que pode deletá-los quando bem entender: uma vez que a aquisição é feita no site da Amazon, esse arquivo poderá ser acessado gratuitamente pelo internauta.

>>>Como carrego a bateria de um leitor eletrônico? Quanto tempo ela dura?
É possível carregar via cabo USB do computador ou pela tomada. Por conta da tecnologia do usada na tela (leia mais abaixo), a bateria é de longa duração – segundo a Amazon, sua duração depende de quanto o equipamento for usado e da quantidade de acessos à loja on-line. A Sony diz que, com uma única carga, é possível virar 6,8 mil páginas de livros.

>>>A tela dos leitores digitais é igual à de outros eletrônicos?
Não. A tecnologia utilizada atualmente na tela dos leitores é chamada de eletronic paper display (tela de papel eletrônico, em tradução livre) e foi desenvolvida por uma empresa chamada E-ink, que surgiu no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Esse tipo de tela simula um papel: é como se a página de um livro tivesse sido “grudada” na superfície do leitor eletrônico. Ao contrário do que acontece com outros portáteis, essa tela permite a visualização do conteúdo, sem dificuldades, em ambientes muito iluminados, como o de uma praia. Para ler no escuro, basta acender a luz, como acontece com os livros tradicionais, de papel. A tecnologia também consome pouca energia e, por isso, é possível ler milhares de páginas até que seja necessário fazer uma nova recarga.


Para verificar Referência, clique no Site da Globo (G1).

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